sábado, 16 de janeiro de 2016

As patricinhas de Salt Lake City


As patricinhas de Salt Lake City

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No estilo das patricinhas de Beverly Hills, “As patricinhas de Salt Lake City”, ou as gafeiras de Lagoa Salgada. E até as arengueiras de Candelária.

Observar o Rio Grande do Norte (RN) é fazer uma viagem no espaço e no tempo.  Um lugar repleto de culturas e influencias. A ponta do Brasil e entrada do continente, um lugar de passagem para quem chegava ou partia, com as eras de navegações aéreas ou marítimas. Tentou por algum tempo, ser a saída para o espaço, com a instalação da Barreira do Inferno, onde dizem que, quem atendia o telefone era o sargento Jesus.

Viagens e ideias permitidas pelo rádio e televisão. Conversas nas ruas e esquinas, e nas redes sociais. Estórias e histórias de livros, folhetos e revistas. Vestígios, elementos, fatos sociais, históricos e geográficos, podem ser observados entre mesclados e misturados de situações, fatos e pessoas. Um estado mais conhecido por duas letras: RN, a sigla da unidade da federação. O ponto geográfico do continente, ou do pais, como ponto de apoio marítimo ou da aviação. A localização geográfica excelente para quem vem de outro continente. Estrangeiros juram que é interessante ser um HUB, para seus próprios interesses, enquanto caiçaras que vivem do rio ou do vento, ficam acenando, para os que partem ou querem uma vaga no estacionamento.

A situação geográfica permitiu inúmeras influencias, prejudicando uma criação de uma identidade própria, criando uma identidade múltipla, com europeus e americanos. Ruas numeradas estão presentes até hoje no linguajar de Natal/RN. A herança americanizada, para descobrir onde estavam perdidos seus soldados, os de Parnamirim Feeld.

Algumas histórias já foram contatas, na tentativa de entender ou descrever o espaço. Primeiro foi a Dicotomia Natalense, observando estudantes tentarem atravessar uma avenida, onde os carros não oferecem um espaço, ou uma brecha na via, contrapondo com o espaço que as universidades localizadas do outro lado, têm ofertado aos estudantes. Depois foi a Batalha na Avenida Roberto Freire, como um espaço geográfico de batalhas atuais, quando holandeses e portugueses travam uma batalha nas conquistas de estudantes, em busca de um canudo cada vez mais desvalorizado. O conhecimento está literalmente na palma da mão.

E posteriormente foi descrito uma nova versão de um elefante, um paquiderme norte-rio-grandense com o Elephante de Shiva. Também já foi descrita a estratégia de Sant Exupéry, que ao escrever o Pequeno Príncipe inverteu o que viu. Exupéry foi um aviador, do correio aéreo postal, e entre voos e mapas percebeu a semelhança de um elefante com o mapa do RN, como também percebeu o Rio Potengi serpenteando o estado, por dentro do elefante. Inverteu o que viu, e colocou em sua história, um elefante dentro de uma cobra. Uma estratégia de tirar o chapéu, a licença literária da visão geográfica.

Mas voltando para “As patricinhas de Salt Lake City”, ou Lagoa Salgada. Duas patricinhas já haviam sido identificadas, quando foi descrita a nova batalha na antiga estrada de Ponta Negra, que agora tem título de avenida: Dany e Milka. E agora observando as redes sociais, observando diálogos, depoimentos e comportamentos, mais duas patricinhas foram identificadas: Paty e Andy.

Paty e Andy são amigas de um curso secundário, no século passado. Duas brocoiós, uma de Jucurutu e outra de Riachuelo. E entre brincadeiras e disputas, criaram um vocabulário próprio, para fazer batalhas entre as duas arengueiras, ou as duas gafeiras. Talvez seja um grupo, com comedoras de jerimum ou catadoras de aratu. Criaram um linguajar próprio, como estratégias de corrigir ou inibir comportamentos de uma ou de outra, e até mais outras. Criaram o termo gafeira, como o ato de quem comete uma gafe. E até hoje usam o termo consigo, com suas selfies e suas mugangas, estando com a moléstia, merendando um pão doce com caldo de cana, até ficarem empachadas, em alguma cigarreira.



Em 15/01/16

Roberto Cardoso “Maracajá”

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